Quão longe estamos de ser um vírus?

Quão longe realmente estamos de ser um vírus? Já parou a refletir como funciona a sociedade humana? A maioria de nós nunca fez tal analogia, sempre estamos vivendo o “nosso mundo”.
Nascer, brincar, comprar, estudar, namorar, comprar, estudar, trabalhar, casar, comprar, comprar, comprar, reproduzir, comprar, envelhecer, comprar, morrer, comprar.

Pare 30 segundos e imagine o que o ser humano é, não você, toda a raça humana. Agora faça um pequeno esforço e lembre-se das aulas de biologia na escola e defina um vírus. O conceito principal de todo ser vivo é perpetuar a espécie e podemos nos considerar os melhores nisso, afinal habitamos todos os cantos do planeta nas mais adversas condições.

Os avanços da tecnologia nos permitiram ao longo dos anos evoluir como seres pensantes e o resultado é uma busca ainda mais forte pela perpetuação da espécie. Mas reflita um pouco mais e verá que isso esta impresso no ser humano de tamanha forma que todo indivíduo deseja perpetuar seu próprio gene, reconhecimento ou ideais. Quando esse assunto me vem a mente eu sempre lembro de uma propaganda da marca Johnnie Walker em que um robô cita com um efeito de som e um timing incrível, uma forma de se imortalizar, provocando esse desejo natural do ser/indivíduo.

Agora estabelecido o paralelo entre ambos espécimes biológicos, apesar de muito distantes em suas complexidades, levanto a seguinte pergunta “Quão longe estamos de sermos classificados como um vírus?”. Nesse momento sei que muitos que lerem este texto dirão que tal relação absurda não se aplica pois um vírus é nocivo ao hospedeiro consumindo-o até que possa migrar a um próximo e por ai seguir propagando-se além da fronteira indivíduo. Vamos assumir que esta afirmação é baseada no fato de que um vírus como o da gripe nos causa mal estar e nos piores casos a morte, mas e se tal vírus for inteligente/eficiente suficiente para consumir recursos oriundos de seu hospedeiro, fortalecer-se de tal maneira a controlar sua fonte de vida? Bom, tais vírus não tem este nível evolucionário, mas nós talvez também não.

Me explico. Se nosso objetivo assim como os vírus é evoluir e portanto multiplicar a espécie ainda mais, quem será nosso hospedeiro depois da Terra? Quando nosso hospedeiro morrera? Ele realmente irá morrer? Não estou nem perto de ser um “eco-chato” e este blog não se trata disso, mas sobre meus ensaios filosóficos sobre a vida ON ou Offline, mas convenhamos, este planeta nos permitirá viver sobre ele até que ainda exista água, comida e espaço. Falta de petróleo, aquecimento global, mudanças climáticas são apenas a ponta do icebergue, há muito mais que se preocupar.

Assim como no livro de Carl Sagan, Bilhões e Bilhões, nós nos multiplicamos de tal maneira que em aproximadamente a cada 40 anos a população da Terra dobra. Como alimentaremos o dobro de pessoas? Onde teremos espaço para o dobro de pessoas? Ai cabe uma outra pergunta, o que estamos fazendo a respeito disso? Ou ainda outra, o que nossos governos, ou organizações e pessoas presentes nas teorias de conspiração, estão articulando? Lembrando que o ser humano apesar de viver em sociedade, que o permitiu se multiplicar tanto, tem o interesse individual de deixar sua marca na espécie e portanto propagar mais o seu gene e como principio básico, de seleção natural, criar condições favoráveis a sua prole. Nos dias de hoje através de vantagens econômicas e políticas.

Acredito muito que a perpetuação do ser humano dependa muito além de conspirações e governos, acredito que de uma maneira auto-regulatória nós criamos situações em que a espécie encontrará um equilíbrio. Este equilíbrio virá através da mentes pensantes, conscientes, novas mentes que nascem todos os dias, cuja referencia não é mais o ator forte e bonito ou o jogador de futebol, que tiveram seus papeis em suas devidas épocas, mas agora substituídos por cientistas, gênios inovadores e empreendedores conscientes.

Há pouco tempo atrás nós vivíamos em um mundo com muito mais pobreza e há uma relação muito intima entre o crescimento populacional descontrolado de cada país e seu índice de pobreza. Foi através da educação e acesso a informação, com o advento da internet, e em consequência o aumento do estado de consciência, que cada indivíduo em cada país foi mudando sua forma de pensar e as famílias atualmente não são grandes. Não foi necessária lei alguma, mas sim o capitalismo e o amadurecimento econômico que fizeram a busca pelo conforto e o custo da perpetuação do gene aumentar a tal ponto que impossibilita o nascimento de muitos filhos. Esses novos ideais intrínsecos na consciência dos jovens casais é que fará chegar ao estado estacionário em que estávamos antes de alcançarmos a marca de 1 bilhão de habitantes. Assim equilibrando nossa relação com nossa hospedeira, a Terra.

Além das muitas perguntas e como sempre não muitas respostas já mencionadas neste post, deixo uma mais? O país em que vivemos estará em que lado do equilíbrio futuro em que o mundo se situará? Aquele em que pessoas farão o trabalho duro e outras perpetuarão a espécie? E você indivíduo em seu país? Fará parte da espécie humana pensante ou braçal? Afinal há quem já esteja pensando e trabalhando em busca de um próximo hospedeiro.

Android Video – Johnnie Walker
Veja – Carl Sagan – Bilhões e Bilhões
Fonte Imagem CC

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